31.7.11

Normalidade e sanidade

    Eu com certeza não sou a pessoa certa para falar sobre isso, porém posso, pois minha loucura não anula minha opinião. E isso é muito estranho. Estranho mesmo. As pessoas acham que entendem alguma coisa de serem normais e acreditam que estão aptas a falarem e a julgarem as pessoas que não são do conceito de normalidade que elas conhecem. O conceito que elas aprenderam, ou provavelmente copiaram, que é o típico do ser humano, ou que lhe foi imposto, que é o mais comum. E nem para criticar essa normalidade elas prestam, pois afinal, estão todos preocupados em ser normais. Infelizmente isso não acontece.
    Sim, infelizmente. Se o ser humano fosse realmente todo igual não existiriam opiniões diversas, guerras, religiões, brigas, pois todos, indistintivamente, seríamos iguais. Porém, como o ser humano não consegue ser igual, ele estabelece padrões. Padrões de como se vestir, de como falar, de como se portar, para que todos sejamos iguais. E quando ocorre o fato de que uma pessoa se prefere se vestir como mendigo, ou se portar de maneira diferente das outras, ela acaba sendo considerada, anormal, ou como dizem os leigos, loucas.
    Eu particularmente gosto quando me chamem de louco, ou anormal, pois me sinto fora da parcela de pessoas oprimidas por estilos e sem nenhum gosto próprio, ou pela incapacidade de criar seu próprio. Fora da parcela de pessoas que pensam nas mesmas coisas, do mesmo jeito e que no final, vão morrer da mesma forma, e ir para o mesmo lugar, independente de sua religião, ou fora dela.
    O mais interessante disso ainda não comentei: Quem faz essas análises, são as pessoas normais. As pessoas normais que pensam em coletivo, que cagam a mesma merda de maneira diferente, e essa, é a única forma de diferença entre elas. Os normais chamam isso de diferenças: Fazer as mesmas coisas de maneiras diferentes. Algumas pessoas procuram por pessoas normais para que possam fazer alguma coisa em especial para elas, mas sendo assim, elas podem achar qualquer pessoa normal, e terá o mesmo efeito, mas, seguindo o pensamento de Maquiavel, com os meios diferentes.

    "Os fins justificam os meios."

    Porém caímos agora em outro problema. As pessoas que são diferentes são iguais em ser diferentes? Ou como diria um velho amigo, todo anti-poser é poser? De certa maneira, sim, mas de forma, novamente, diferente. Primeiro que ninguém simplesmente consegue ser diferente. Ela consegue ser, mas não vivendo a diferença, apenas para se aparecer ou por pequeno tempo para alguma crítica inútil. E segundo que quando uma pessoa é diferente, ela é diferente, ou seja, ela faz as coisas diferentes, não apenas faz coisas que outras pessoas já fizeram, coisas que todos fazem, e no final, dizem ser suas.
    Sim, os normais mentem sem ao mesmo saber. Eles acham que o jeito deles serem é o jeito certo e correto. Pois é o da maioria. Os normais se reúnem para falar de pessoas diferentes, enquanto as pessoas diferentes, apenas pensam sobre os normais, afinal, ninguém pensa como eles. Quando um anormal decide expor suas ideias e são aceitas por um certo grupo de pessoas, sem considerar o quão louca pode ser, se for seguido por algumas pessoas, as que se influenciam com elas aceitarão e assim por diante. Eles não pensam que as coisas que eles vestem, dançam, ouvem, veem foram feitas por pessoas anormais para que os normais se satisfaçam. Os normais fazem dos anormais superiores, depois de os terem descriminado.
    Eles são normais, nem sabem o que estão fazendo. Apenas fazem pois veem todos fazendo, e nem ao menos se preocupam com isso. Em mudar. Mudar o fim, não apenas o meio.

    Normais... Puff...

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